O governo brasileiro mantém diversas instituições dedicadas à pesquisa florestal, com o objetivo de promover o avanço do conhecimento sobre a conservação das florestas e uso sustentável de seus recursos.
Esfera federal
Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado (CBC)
Criado em 2017 pelo ICMBio, o Centro Nacional de Avaliação da Biodiversidade e de Pesquisa e Conservação do Cerrado (CBC) tem o objetivo de promover a conservação da biodiversidade por meio da produção, gestão e aplicação do conhecimento, e coordenar a avaliação do risco de extinção de espécies e de colapso dos ecossistemas do Cerrado. As principais linhas de pesquisa são:
- Manejo para conservação da biodiversidade em Unidades de Conservação
- Manejo do fogo em Unidades de Conservação
Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora)
Vinculado ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), o centro dedica-se à pesquisa, conservação e gestão da flora nativa brasileira ameaçada de extinção.
Criado em 1992 pelo Ibama, e atualmente parte do ICMBio, o Centro promove pesquisa em manejo e conservação de territórios utilizados por povos e comunidades tradicionais, dos conhecimentos e modos de organização social desses povos, e estudos sobre formas de gestão dos recursos naturais. As principais linhas de pesquisa são:
- Potencialidades da RESEX de Chapada Limpa/MA para implementação de pagamento por serviços ambientais
- Pesquisa e conservação da sociobiodiversidade associada a povos e comunidades tradicionais no estado do Acre
- Elaboração de parâmetros para definição do perfil de beneficiários e usuários em RESEXs, RDS e Flonas
- Diagnóstico socioambiental das comunidades tradicionais da Província Serrana/Mato Grosso
- Formação da Rede de Pesquisa das Populações Tradicionais
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
Criada em 1973 e vinculada ao MAPA, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária é voltada principalmente para a pesquisa na área da agropecuária, mas a instituição também busca inovação na área florestal. As linhas de pesquisa buscam soluções tecnológicas para a diversificação e aumento da produtividade e competitividade do setor de florestas plantadas, para a conservação e manejo sustentável de florestas naturais, e para a restauração florestal. As principais linhas de pesquisa são:
- Manejo, produção e conservação de florestas naturais
- Silvicultura de florestas plantadas, com espécies florestais nativas e exóticas
- Restauração florestal
A Embrapa possui vários centros de pesquisa na área florestal. São eles: Embrapa Acre (Rio Branco/AC), Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop/MT), Embrapa Amapá (Bailique/AP), Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus/AM), Embrapa Amazônia Oriental (Belém/PA), Embrapa Florestas (Colombo/PR) e Embrapa Rondônia (Porto Velho/RO).
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
Implementado em 1954, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia realiza estudos científicos do meio físico e das condições de vida da região amazônica para promover o bem-estar humano e o desenvolvimento socioeconômico da região. Por sua atuação, o INPA é referência mundial em biologia tropical. O instituto é vinculado ao MCTI e possui quatro núcleos de pesquisas localizados nos estados do Acre, Roraima, Pará e Rondônia. As principais linhas de pesquisa são:
- Biodiversidade
- Dinâmica ambiental
- Sociedade, ambiente e saúde
- Tecnologia e inovação
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, vinculado ao MCTI, atua na área de sensoriamento remoto e monitoramento ambiental. Na temática florestal, desenvolve pesquisa para monitoramento, conservação e gestão sustentável das florestas brasileiras. As principais linhas de pesquisa são:
- Monitoramento por satélite da cobertura florestal, mudanças no uso da terra, desmatamento e degradação florestal
- Estimativa de biomassa florestal com base em dados de sensoriamento remoto e modelos de avaliação
- Monitoramento de queimadas e incêndios florestais
- Mapeamento da biodiversidade com técnicas de sensoriamento remoto
- Modelagem e simulação de processos florestais
- Desenvolvimento de tecnologias de sensoriamento remoto
Laboratório de Produtos Florestais (LPF)
Criado em 1973, o Laboratório de Produtos Florestais atua na área de tecnologia da madeira e de outros produtos florestais, gerando, difundindo e transferindo conhecimento para contribuir com o desenvolvimento sustentável no setor florestal. Além das pesquisas com madeiras, o LPF também desenvolve estudos relacionados a energia de biomassa e produtos florestais não madeireiros, com destaque para a quantificação e caracterização de óleos e metabólitos secundários. O LPF também concebe produtos e processos que otimizam a utilização de diferentes recursos florestais, o que pode ser constatado não apenas pelas diferentes patentes registradas, mas também pelas publicações, programas e aplicativos produzidos. Dentre estes, os de maior destaque são: o “Banco de Dados de Madeiras Brasileiras” e a “Chave Interativa de Identificação de Madeiras Comerciais do Brasil”, ambos de acesso gratuito. As principais linhas de pesquisa são:
- Caracterização Tecnológica de Produtos Florestais
- Energia e Mudanças Climáticas
- Utilização de Produtos Florestais
- Aproveitamento de Resíduos
Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)
Fundado em 1866, o Museu Paraense Emílio Goeldi está localizado em Belém/PA e é um importante centro de pesquisa em ecologia e biodiversidade da Amazônia, incluindo estudos sobre florestas tropicais e seus ecossistemas associados. O órgão é vinculado ao MCTI e possui uma estação científica localizada na Floresta Nacional de Caxiuanã, em Marajó/PA, que funciona como um laboratório avançado sobre o funcionamento das florestas tropicais. Desde 2013, o museu também conta com o Campus Avançado do Pantanal, em Cuiabá/MT. As principais linhas de pesquisa são:
- Botânica
- Zoologia
- Antropologia
- Arqueologia
- Linguística
- Ciências da terra e ecologia
Esfera estadual
Rio Grande do Sul: Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa Florestal (CEFLOR)
Vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, o CEFLOR fica localizado no município de Santa Maria. As principais linhas de pesquisa são:
- Tecnologias de produção de sementes florestais nativas
- Tecnologias de produção de mudas florestais nativas
- Aplicação de microrganismos promotores de crescimento vegetal
- Uso de agentes de controle biológico de pragas agroflorestais
- Práticas de controle conservativo de insetos
- Uso de extratos e óleos essenciais de plantas bioativas
- Produção de substratos e adubação orgânica
São Paulo: Instituto de Pesquisa Ambiental (IPA)
Formado a partir da junção dos institutos de Botânica, Florestal e Geológico do Governo do Estado de São Paulo, em 2021, o IPA desenvolve pesquisas nas áreas de biodiversidade, botânica, geociências e ciências florestais. As principais linhas de pesquisa são:
- Conservação da biodiversidade
- Restauração Ecológica e Recuperação de Áreas Degradadas
- Uso Sustentável de Recursos Naturais
- Geociências, Gestão de Riscos e Monitoramento Ambiental
São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT)
Vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, o IPT tem como missão produzir e transferir tecnologias para a cadeia produtiva da madeira e conta com um Centro de Tecnologia de Recursos Florestais. As principais linhas de pesquisa são:
- Florestas e cadeia produtiva da madeira: tecnologias sustentáveis.
- Madeira e produtos derivados.
- Papel e celulose.
- Preservação de madeiras e biodeterioração de materiais.
- Fixação de carbono e geração de créditos na indústria de base florestal.